24/08/2023 11:41 | Saúde

Unidade de AVC do Hospital Metropolitano completa 2 anos com mais de mil atendimentos

Serviço foi criado para dar suporte especializado no tratamento das complicações do problema de saúde conhecido como derrame


Unidade de AVC do Hospital Metropolitano completa dois anos com mais de 102 trombólises e 49 trombectomias mecânicas

Olival Santos / Ascom Sesau


Débora Rosset e Suely Melo / Ascom Sesau

Criada para dar suporte e tratamento especializado às complicações causadas pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Unidade de AVC do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, completou dois anos de funcionamento nesta quarta-feira (23). O serviço, que representou um divisor de águas na assistência aos alagoanos acometidos pelo popular derrame, já atendeu 1.016 pacientes.


 

Dos mais de mil atendimentos, 657 foram feitos pelo aplicativo de telemedicina Join, que possibilita a discussão dos casos de AVC por especialistas, que têm acesso aos exames de tomografia para a rápida tomada de decisão sobre o manejo clínico da doença. Os outros 359 atendimentos foram feitos pelo Sistema de Regulação Estadual (Sisreg).


A Unidade de AVC, que já realizou 102 trombólises e 49 trombectomias mecânicas, foi criada com o intuito de proporcionar a reabilitação dos pacientes. Isso porque o derrame pode deixar graves sequelas neurológicas, como dificuldade em falar, dificuldade em deglutir e desequilíbrio. 



 

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, ressalta que a Unidade de AVC do HMA causou uma verdadeira revolução na assistência aos alagoanos acometidos por derrame. Anteriormente só contávamos com a Unidade de AVC do HGE, mas, com a implantação do serviço no [Hospital] Metropolitano, mais vidas puderam ser salvas simultaneamente”, ressaltou o gestor da saúde estadual.


A coordenadora da Unidade de AVC do HMA, neurologista Rebeca Teixeira, explicou que, ao chegar à unidade, o paciente inicia o tratamento e a causa do problema começa a ser investigada, para que seja realizada a reabilitação e o acompanhamento ambulatorial. “Por ser referência, o serviço diminui o tempo de ação para dar início ao tratamento. O paciente tem que chegar à Unidade de AVC em até quatro horas e meia após o início dos sintomas”, salientou, acrescentando que o serviço atendeu cerca de 40% dos pacientes através do Programa AVC Dá Sinais.

 

Exemplo

 

O aposentado Everaldo da Silva, de 76 anos, foi um dos pacientes atendidos pela Unidade de AVC. Ele foi admitido em março deste ano com alteração na fala, deglutição e dificuldade de andar. Após alguns dias internado, ele se recuperou e continua sendo assistido pelo Ambulatório do HMA. “Aqui foi o lugar onde eu encontrei o melhor tratamento do Estado. Tive AVC pela segunda vez, e fui tratado aqui. Nessa unidade tive a chance de ser muito bem cuidado e continuo sendo acompanhado no ambulatório com toda assistência garantida”, disse.


O paciente que identificar os sintomas de um AVC deve procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima de sua residência. Com isso, através do Programa de Telemedicina Joy, ele será regulado para o HMA ou para uma Unidade de AVC mais próxima, que pode ser no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, ou para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.




Programa AVC Dá Sinais


Por meio do programa, criado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), hospitais de referência foram equipados com tomógrafos e os profissionais foram capacitados para identificar os primeiros sinais do AVC e tratar os pacientes com a maior rapidez possível, realizando trombólise – injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo –  e trombectomia mecânica – retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral ou radial, com o uso de um cateter –, que são as duas terapias reperfusionais para evitar a morte e as graves sequelas. Isso porque o tempo é fundamental para tratar a doença.