A valorização da vida foi o tema da edição de setembro do projeto Interação, que leva informação aos pacientes da sala de espera do Ambulatório de Especialidades da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Ambesp/Uncisal). A palestra ocorreu nesta quarta-feira (13) e abordou sobre o Setembro Amarelo - Mês de Prevenção ao Suicídio.

“É preciso valorizar a vida, o dom de viver”, disse Denise Quirino, membro do Comitê Estadual de Prevenção e Posvenção do Suicídio e psicóloga da Supervisão de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Suap/Sesau). Segundo ela, quando uma pessoa se afasta dos outros é um perigo, por isso a importância de  compartilhar a vida com os outros e valorizar os momentos de convívio social, alegria e lazer.

A psicóloga alertou que a ideação suicida é quando o pensamento de desistir da vida persiste e pode ainda seguir para uma segunda etapa que é planejar o suicídio. “Toda pessoa já pensou em desistir da vida por algum problema, mas esse pensamento passa. Na ideação suicida, esse pensamento persiste”, explicou Denise Quirino. Nesses casos, ela orientou que é preciso estar atento às falas e observar se é uma ideação ou um desabafo da vida agitada.

Uma das instituições que realizam esse momento de escuta por meio do apoio emocional é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que também participou da edição de setembro do projeto Interação. A voluntária do CVV Maceió Delza Gitai esclareceu que durante todo o ano a instituição recebe ligação pelo número de emergência 188 para a realização do acolhimento numa abordagem centrada na pessoa.

“Sem julgamentos ou críticas, o CVV atua por meio do exercício da compreensão empática, estando junto com o outro no momento vulnerável em que vive”, descreveu a voluntária Delza Gitai. Para isso, o acolhimento para os casos de suicídio, tentativa de suicídio e autoagressões acontecem com respeito, sigilo e abordando a questão com seriedade.

A iniciativa faz parte do projeto Interação, de autoria da enfermeira Denise Ramos e da assistente social Luiza Freitas, supervisora-geral do Ambesp. O projeto atua em três eixos: além da educação em saúde na sala de espera, há também a educação permanente com os trabalhadores de serviço; musicoterapia e práticas integrativas.

Para Denise Ramos, o projeto superou as expectativas. “Temos percebido a repercussão do projeto com a redução da ansiedade e do estresse dos pacientes na sala de espera, que nos parabenizam pela iniciativa porque, muitas vezes, eles chegam vulneráveis pela situação de saúde em que se encontram”, descreveu. Ela acrescentou que a atividade tem impactado ainda a saúde ocupacional dos trabalhadores.

Interação 

O projeto interação tem o objetivo de fortalecer o vínculo e o acolhimento aos usuários que comparecem ao serviço; reduzir o estresse e a ansiedade dos usuários que ficam na sala de espera, aguardando a consulta; abrir espaço para escuta e diálogo dos pacientes, de forma que eles possam expressar suas dúvidas, seus medos; proporcionar esclarecimentos e orientações em saúde a partir de palestras educativas e ações em saúde. 

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