03/04/2024 17:58 | Educação

Rede estadual promove ações alusivas ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Rede estadual de ensino conta com mais der 900 estudantes com laudo de TEA


Rede estadual discutiu o tema em diversas ações

Thiago Athaíde / Ascom Seduc


Camylle Vitória (sob supervisão) / Ascom Seduc

A rede estadual promoveu diversas ações alusivas ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, no dia 02 de abril. A data foi instituída em 2007 e, ao longo do dia, diversas instituições promoveram atividades de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e discutiram a importância de uma educação inclusiva.

 

A rede estadual de ensino conta com 905 estudantes com laudo de TEA. Estes alunos recebem o Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) espalhadas nas escolas da rede.

 



Conscientização

 

Na capital, além das salas de recursos, os estudantes autistas também contam com o apoio do Centro Wandette Gomes de Castro. Referência no atendimento educacional de alunos com TEA, o centro funciona há 30 anos e também atua com estudantes com deficiência intelectual, síndrome de Down e nanismo. Atualmente, são 145 estudantes matriculados atendidos por uma equipe multidisciplinar que desenvolve várias atividades visando à inclusão social e o desenvolvimento educacional de seus alunos por meio do Programa de Atenção à Pessoa com Autismo (Proapsa).

 

Neste terça (2), a equipe do Centro percorreu as ruas do bairro do Poço e promoveu uma panfletagem sobre a importância da data em frente à Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Na ocasião, também houve panfletagem nos restaurantes e com os motoristas e pedestres que passavam na região.

 

“Sentimos que ainda há desconhecimento sobre o autismo por parte da população. Autismo não é uma doença, mas uma condição neurológica que conta com tratamentos e intervenções. Por isso, conversamos com a comunidade e fizemos esta panfletagem aqui na região com informações sobre TEA e as principais leis de inclusão”, explica a diretora Aracy Felix.

 

Evolução através da arte

 

Já a Escola Estadual Noel Nutels, no Jacintinho, promoveu uma exposição de telas pintadas pelos seus estudantes. A ação faz parte do projeto “Cores Especiais”, instituído em 2023 com os 26 estudantes atendidos na Sala de Recursos da escola, os quais foram introduzidos às artes nas suas mais variadas formas. Inspirados nas obras de pintores renomados como Claude Monet, Pablo Picasso e Leonardo Da Vinci, eles se expressaram por meio da arte e o resultado das produções pôde ser conferido na exposição.




Professora de Educação Especial da escola, e responsável pelo ação, Djenane Costa comemora as conquistas do projeto após nove meses de execução. “Conseguimos fazer coisas além do que acreditávamos ser possível. Nosso maior objetivo é vê-los felizes e se sentindo cada vez mais acolhidos”,disse.


Pelos olhos do Espectro

 

Para conseguir demonstrar para seus estudantes como as pessoas com TEA vivenciam situações cotidianas, a Escola Estadual Théo Brandão, no Santo Eduardo, levou um óculos de Realidade Virtual e convidou o Professor Urandy Carlos, diagnosticado aos 44 anos com autismo nível 1 de suporte, para contar sobre sua trajetória na educação sendo uma pessoa do espectro.

 

“Todos nós somos iguais. Cada um, por sua parte e qualidade; cada um, por sua diferença, mas nós somos únicos. O conhecimento nos liberta e nos aproxima cada vez mais. Então, uma iniciativa como essa é fantástica, pois realmente traz a inclusão”, relata Urandy.

 

Palestra para a Conscientização

 

No Centro Educacional de Jovens e Adultos Paulo Freire (Ceja), no Centro de Maceió, o professor da instituição Thiago Caldas, diagnosticado com autismo nível 1 de suporte, ministrou a palestra “Valorize as Capacidades e respeite os limites”, onde apresentava aos alunos características do espectro autista e a importância da data.

 

“Aqui no Ceja Paulo Freire nós temos alunos do espectro autista nos três turnos, então há a necessidade de se trabalhar com a conscientização do autismo tanto com os alunos, quanto com técnicos e professores de forma a disseminar essas informações” frisa Isabelle Gama, coordenadora pedagógica do turno vespertino do Centro.