24/02/2023 14:51 | Saúde

PIONEIRISMO

Precisão no atendimento prestado pelo HGE salva a vida de paciente acometida por AVC

Com assistência focada na urgência clínica, equipe multidisciplinar atua para trazer paciente com alto risco de morte à vida


Assistida pela equipe multidisciplinar da Unidade de AVC do HGE, dona Josefa não ficará com sequelas

Beatriz Castro / Ascom HGE


Neide Brandão / Ascom HGE

Mãe de uma filha e aguardando sua segunda neta, a dona de casa Josefa Rosinete da Silva, de 60 anos, sentiu que a vida estava por um fio no domingo de Carnaval (19). Ela teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na porta da sua casa.


"Estávamos reunidos, em família,  eu havia acabado de conversar com minha filha sobre os preparativos para o nascimento da minha segunda neta, previsto para o dia 13 de março, e brincava com minha primeira neta. Fui para a frente da casa e sentei na porta. Não levantei mais a mesma",  contou a dona de casa.


Segundo ela, o braço esquerdo  começou a pesar e não respondia mais aos comandos. Em seguida, a perna esquerda perdeu a força impedindo a locomoção. "Eu não senti dor de cabeça ou outro sintomas qualquer,  só a perda brutal dos movimentos. A partir de então, foi correndo para receber atendimento hospitalar. Percebemos que não deveríamos aguardar", relatou Josefa Rosinete da Silva.


A filha da dona de casa e seu genro ainda chegaram a cogitar levá-la para a UPA da região onde moram, em Arapiraca. Entretanto, optaram por chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi a melhor escolha. A equipe percebeu logo que se tratava de um AVC e a direcionou ao HGE.


"Eles ressaltaram que iríamos para o melhor lugar, com profissionais mais experientes no processo do Acidente Vascular Cerebral.  Isso me acalmou porque quando se fala em AVC já viu, né? Na maioria dos casos, é morte certa!", pontuou a dona de casa.


No HGE, dona Josefa passou por exames de imagem, assim que chegou e vem sendo acompanhada pela equipe plantonista. O médico  Túlio Marfus, que acompanha o caso diariamente, contou que só estão esperando a estabilização da pressão e da glicemia para dar a alta médica.


"Ela evoluiu muito bem. Mas não podemos liberá-la sem esta estabilização. Chegar dentro da janela foi essencial na melhora clínica. Ela sairá sem sequela alguma", comemorou o médico.


Rede de Cuidados 

Simone Silveira, médica neurologista e responsável pela Unidade de AVC do HGE, contou que existem casos onde o paciente desenvolve o Acidente Vascular Cerebral sem sentir dores de cabeça, como a dona Josefa. Mas, em geral, pelo pico da pressão, ele vem com a dor como sintoma. 


Que inclui ainda tontura, vista escurecida, paralisia em um dos lados, falta de força e confusão mental ou dificuldade ao falar. Algumas pessoas podem apresentar também episódios de vômitos.


"Uma dica fácil para identificar o AVC em nosso ente querido é pedir para sorrir, a paralisia é ressaltada ao sorrir. Também se pode solicitar para dar um abraço, se não demonstrar força, mais um sinal. Se não conseguir falar, ou apresentar confusão mental, também fica claro outro sinal. A automedicação é uma conduta infelizmente comum e que pode agravar a doença. Por isso, o melhor mesmo é discar 192 ou levar para o HGE”, enfatizou a neurologista.


O  Serviço de Atendimento Médico (Samu), segundo enfatizou a médica, está capacitado a atender esse tipo de ocorrência, bem como as UPAs inauguradas pelo Governo de Alagoas. "Quanto mais rápido for o atendimento, realizado por profissionais capacitados, maiores são as chances de sobrevivência e recuperação total. Foi o que ocorreu com dona Josefa, que em menos de 4 horas do episódio já estava dentro do hospital", ressaltou.


A doença está entre as principais causas de morte no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS). E, de acordo  com Simone Silveira, mais de 85% dos AVCs são de origem isquêmica, quando não há rompimento do vaso sanguíneo, e 15% hemorrágica. Um terço dos AVCs acontece em pessoas economicamente ativas.


Pioneira

A primeira unidade exclusiva para o tratamento de AVCs foi montada no Hospital Geral do Estado. "Os alagoanos podem contar com os cuidados da equipe multidisciplinar, formada por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social, enfermeiros, técnicos de enfermagem e serviços administrativos", explicou o  diretor médico do HGE, Rodrigo Melo.


Segundo ele, hoje a área conta com 15 leitos exclusivos para pacientes com a doença, antes eram 10. O aumento concretiza um desejo antigo de gestores e profissionais da unidade hospitalar. “Saímos com toda investigação das causas do AVC acometido no paciente, além de oferecer o tratamento e a prevenção para novos eventos de AVC”, destacou o gestor.