Perito criminal explica exame que constatou envenenamento de mulher pela própria filha
Laudo produzido pelo Instituto de Criminalística embasou pedido de mandado de apreensão e prisão de envolvidos no crime
O exame toxicológico confirmou que uma adolescente matou a própria mãe por envenenamento
Ascom Polícia Científica
Aarão José / Ascom Polcal
Uma perícia criminal realizada no Laboratório de Química e Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística de Alagoas foi determinante para esclarecer um caso estarrecedor. O exame toxicológico confirmou que uma adolescente matou a própria mãe por envenenamento no município de Arapiraca.
O laudo expedido pelo Laboratório Forense permitiu a conclusão do inquérito conduzido pela Delegacia de Homicídios de Arapiraca, a solicitação da apreensão da menor e a prisão do companheiro dela, um homem de 50 anos. O delegado Everton Gonçalves, titular da DHA, reforça a importância do papel desempenhado pela Polícia Científica na elucidação do caso.
As investigações começaram após a vítima Valdiclea da Silva Ferreira, de 39 anos, morrer com sintomas de envenenamento no Hospital Metropolitano em Maceió. Ela teria passado mal na noite do dia 28 de julho de 2022, após se alimentar em um jantar preparado por sua filha.
O caso aconteceu no povoado Lagoa Cavada, zona rural de Arapiraca, mas devido à gravidade do estado de saúde de Valdiclea, ela foi transferida para a unidade hospitalar na capital. Apesar dos esforços médicos, a vítima entrou em óbito no dia 1º de agosto de 2022, sendo o corpo dela recolhido para o Instituto Médico Legal Estácio de Lima.
O chefe do Laboratório de Química e Toxicologia, perito criminal Thalmanny Goulart, explicou que no IML de Maceió, seguindo o protocolo de procedimento padrão, durante o exame de necropsia foram coletadas amostras de material biológico. Como havia a suspeita de morte por envenenamento, esse material foi encaminhado para o Laboratório Forense para realização do exame toxicológico.
“Por meio das informações contidas no requerimento de exame pericial, foram escolhidas para a análise as amostras biológicas mais adequadas com o histórico do fato, visando identificar a presença de substâncias de interesse forense, tais quais fármacos (medicamentos), praguicidas (venenos), substâncias controladas ou proscritas. Foi detectada a presença da substância terbufós, um potente inseticida-nematicida sistêmico, altamente tóxico, aplicado em plantações agrícolas para controle de pragas e que, em contato com o ser humano, pode levar a óbito”. Explicou Thalmanny Goulart.
O laudo expedido pelo Laboratório Forense permitiu a Delegacia de Homicídios de Arapiraca solicitar a apreensão da menor e a prisão do companheiro dela. O mandado de busca da menor foi expedido pelo Juízo da 1ª Vara da Infância, enquanto o mandado de prisão foi emitido pela 5ª Vara Criminal, ambos de Arapiraca.
A menina e o companheiro dela, suspeitos de envenenar a vítima, estavam foragidos desde o tempo do crime. Após levantamentos da Divisão de Inteligência da Especializada da PC, o homem de 50 anos foi preso quando saía de uma agência bancária no bairro Bonsucesso, na cidade do Rio de Janeiro, e a menor foi aprendida na residência do casal na Comunidade da Maré, também na Capital Carioca.
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