15/03/2024 15:58 | Saúde

Musicoterapia ajuda na reabilitação de pacientes com transtornos mentais internados no Hospital Ib Gatto Falcão

Unidade hospitalar recebe pacientes de todo o Estado; musicoterapia é apenas uma das atividades ofertadas na unidade


Sessões de musicoterapia ocorrem periodicamente para os pacientes com transtornos mentais assistidos pelo Hospital Ib Gatto Falcão

Pedro Júnior / Ascom Sesau


Maju Silva / Ascom Sesau

A musicoterapia é o ato de usar sons, melodias e instrumentos como ferramenta de tratamento. E por haver comprovação científica que o som, ritmo e melodia têm a capacidade de aliviar dores espirituais, emocionais, psicológicas e, até mesmo físicas, o Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, utiliza essa estratégia na reabilitação de pacientes com transtornos mentais. A musicoterapia tem mostrado resultados satisfatórios em pacientes diagnosticados com esquizofrenia, depressão, ideação suicida e ansiedade, e já foi possível observar melhoras no quadro clínico de alguns pacientes.

 

Devido ao estresse, cobranças e o estilo de vida, as pessoas estão cada vez mais apresentando sintomas depressivos. Visando ajudar quem sofre com esses transtornos mentais, a musicoterapia contribui para acalmar, e conectar pacientes com o momento presente, esquecendo as preocupações intensas.

 



Julyanny Thyara, enfermeira no Setor de Saúde Mental do Hospital Ib Gatto Falcão, disse que a musicoterapia tem rendido bons frutos. Ela destacou que os pacientes receberam bem o tratamento e, por meio dele, esquecem os problemas e vivem aquele momento com alegria.

 

“Desde quando implantamos esse projeto da musicoterapia, podemos notar uma maior interação entre os pacientes. Eles cantam, escolhem louvores, músicas e conseguem interagir com alegria”, disse Thyara.

 

Maria Anyelle, que é psicóloga da unidade, também falou da importância e dos cuidados com a saúde mental. De acordo com a profissional, a musicoterapia é apenas uma das atividades ofertadas na unidade, e que o hospital desenvolve um trabalho humanizado e acolhedor.

 

“A musicoterapia é primordial na manutenção da saúde mental dos nossos pacientes. Eles gostam bastante desses momentos, e, após a implantação dessa atividade, pudemos ver uma grande melhora no quadro de nossos pacientes”, informou Anyelle.

 

Ela falou também sobre a importância e os cuidados que devemos ter com a saúde mental, já que nos últimos anos os casos de depressão e ansiedade vêm aumentando muito. Disse também que é de primordial importância o apoio da família, no período de tratamento dos pacientes.

 

“É muito importante que os nossos pacientes se sintam acolhidos. Desenvolvemos esse trabalho com muito carinho e atenção, além de atuarmos sempre de forma humanizada. Procuramos o melhor para que nossos pacientes se sintam bem”, ressaltou Anyelle.

 



A psicóloga Maria Anyelle ressaltou ainda a importância do acompanhamento dos familiares durante o tratamento. Disse que é de extrema importância as visitas, a presença para que eles não se sintam abandonados. “É fundamental a participação da família nesse processo de cura. Os pacientes necessitam de apoio, de acolhimento e amor. Nossa unidade está de portas abertas e convida a todos os familiares a participarem de momentos como esses”, frisou Anyelle.

 

Constatação

 

O Hospital Ib Gatto Falcão recebe pacientes de todo o Estado, que apresentam um quadro de depressão severa, como o Luciano, que se sentia muito sozinho. Hoje ele já interage com outros pacientes e diz se sentir feliz com o tratamento e com a companhia de outros colegas de enfermaria. “Estou feliz! Em casa eu vivia sozinho, não tinha ninguém para fazer companhia. Hoje tenho companhia e a gente conversa e isso está me fazendo bem”, relatou.

 

Juliana, filha dele, estava presente durante uma das sessões de musicoterapia e disse que hoje o pai apresenta uma melhora notória. “Como ele ficou muito tempo sozinho, e eu trabalho viajando, ele desenvolveu uma depressão. Hoje já vejo melhora no quadro dele. Aqui ele não fica sozinho, está sendo bem acompanhado, muito bem tratado, e tem companhia que era o que ele mais sentia falta. Em breve ele estará melhor e junto da família novamente”, ressaltou.

 

Deisiane Cordeiro é outra interna da unidade. Ela apresenta um quadro depressivo, se encontra na unidade há mais de 15 dias. Ela é bastante animada, adora conversar e é a primeira a chamar a turma para a musicoterapia.

 

“Eu gosto desses momentos, eu gosto de louvar. A gente faz companhia, a gente não gosta de ver o outro triste. Eles cuidam bem da gente aqui, me sinto bem, e quero que mais gente venha participar com a gente dessa terapia”, disse Deisiane.