08/03/2024 10:09 | Agricultura

Mulheres rurais alagoanas estão mais presentes na gestão dos estabelecimentos agropecuários

Alagoas supera média nacional de mulheres liderando propriedades no campo, chegando a 25%, enquanto média brasileira é de 20%


Através da assistência técnica no campo que a Seagri vai executar, em 2024, o projeto-piloto Ater para Mulher

Tatiane Bastos/Ascom Seagri


Tatiane Bastos/Ascom Seagri

As mulheres rurais alagoanas estão cada vez mais presentes na gestão dos estabelecimentos agropecuários no estado, chegando a superar a média nacional. As informações foram divulgadas pelo jornal Tribuna Independente, desta sexta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher. Segundo a reportagem, o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina na administração do agro no cenário brasileiro é de 19,7%. Em Alagoas, de acordo com o último Censo Agropecuário (2017), o número chega a 24,59%. 

No povoado de Jenipapo, em Igreja Nova, situado na região do Baixo São Francisco alagoano, a agricultora Luciene de Carvalho mostrou que faz parte do quantitativo de mulheres que estão na gestão da propriedade da família. Enquanto o marido trabalha em outras atividades externas à propriedade, ela se divide entre os cuidados da casa e dos filhos, com o trabalho no campo, organizando os horários de ordenha das vacas e beneficiamento de produtos.

“Desde pequena eu gosto de trabalhar na roça, plantando fumo, feijão, macaxeira, mandioca, milho e batata. Quando casei, continuei na profissão: ele trabalhando fora e eu dentro da propriedade. Essa é uma coisa que eu gosto de fazer, me sinto muito bem. A mulher é guerreira, ela pode tudo. Quem pensa que não tem mulher capaz, agora estão vendo que tem sim”, acredita a agricultora.

Luciene integra o Núcleo de Mulheres da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Jenipapo, ao lado de mais dez mulheres que estão buscando independência produtiva e financeira e já esperam participar da próxima chamada pública do Programa de Aquisição de Alimentos - PAA. O núcleo foi organizado com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), da Emater Alagoas e da Secretaria de Agricultura de Igreja Nova, com objetivo de oportunizar mais acesso às políticas públicas voltadas para as mulheres agricultoras.




“Quando investimos na agricultura familiar, damos oportunidade de aumentar a participação das mulheres na produção de alimentos saudáveis, promovendo, principalmente, sua independência financeira no campo. Vamos continuar trabalhando com o time empenhado para que mulheres rurais alagoanas tenham oportunidades mais justas e igualitárias na produção agrícola do estado”, acredita a secretária da Agricultura, Carla Dantas.

A reportagem trouxe, ainda, o depoimento da extensionista Cinthia Fontes, assistente social da Emater Alagoas na região do Baixo São Francisco. Ela acredita que é importante garantir e viabilizar os direitos sociais de acesso, principalmente para o empoderamento do público rural feminino. 

“Trabalhar na extensão rural, sendo mulher, numa área que tem a maioria masculina é um desafio. Mas conseguimos entender as agricultoras com uma escuta e olhar percebendo os desafios que as mulheres com multitarefas possuem. Na região, a assistência técnica da Emater ajudou a aumentar a produtividade de leite do povoado. Agora, estamos com o núcleo de mulheres que estão atuando de forma coletiva, para trabalhar junto à associação para crescer ainda mais”, destacou a extensionista.  




Incentivo à inclusão 

É através da assistência técnica no campo que a Seagri vai executar, em 2024, o projeto-piloto Ater para Mulher, uma iniciativa que prevê a inclusão produtiva de mulheres através de fomento e de assistência técnica no campo, o que vai aumentar a participação feminina na produção agropecuária. 

A proposta do projeto-piloto é levar assistência técnica e extensão rural, com 41 extensionistas atendendo mais de 1.500 famílias em 21 municípios alagoanos. O público que será atendido pelo Ater para Mulher é preferencialmente feminino com destaque para a priorização de Comunidades Tradicionais e Assentadas e Acampadas, contribuindo de forma inclusiva para o protagonismo das mulheres no campo.