09/03/2024 10:00 | Segurança

Matéria Mulheres que inspiram na Polícia Militar de Alagoas é destaque em portal de notícias

Atualmente a Instituição conta com 1300 mulheres servindo na ativa, entre os quadros de oficiais e praças.


Manchete da Gazetaweb neste sábado

Divulgação


Agência Alagoas

A presença das mulheres na Polícia Militar de Alagoas foi notícia de destaque no portal Gazetaweb deste sábado (9). A matéria faz alusão ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) e às celebrações pela passagem da data, com algumas histórias de garra e superação.


Leia na íntegra a matéria de Luan Miranda. 


“Uma mulher, quando reconhece sua força, se torna uma fonte inesgotável de inspiração”. Assim como escreveu o jornalista e escritor Rafael Nolêto, a Polícia Militar de Alagoas está repleta de policiais femininas que inspiram por sua força. E como tudo que é bom deve ser multiplicado, no Dia Internacional da Mulher, divulgamos algumas das tantas histórias de guerreiras que se destacam por suas atuações na Corporação.

 

Para falar sobre a história das mulheres na PMAL demos uma volta para o ano de 1989, quando, em 28 de novembro, teve início a primeira turma de policiais femininas de Alagoas. Atualmente, a Instituição conta com 1300 mulheres servindo na ativa, entre os quadros de oficiais e praças.

 

É nesse contexto onde o passado e presente se interligam, que encontramos a 3º sargento Elizângela Correia e a soldado Elisa Correia, mãe e filha unidas pelo sangue e pelo amor à farda, passada por gerações. Resiliente como tantas mulheres, a sargento Elizângela nem sempre teve uma vida fácil. Da casa de taipa onde morava, a criança filha de família encarou com determinação as dificuldades para estudar, até concluir a faculdade de nutrição e em 2010 entrou nas fileiras da Polícia Militar, escreveu uma história de superação, que inspirou a própria filha a seguir seus passos.

 

Após aprovada em concurso público, a soldado Elisa foi incorporada à PMAL em 2018. Agora, mãe e filha atuam na mesma unidade, no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), onde, por meio de metodologias específicas e lúdicas, instruem crianças e adolescentes sobre valorização da vida e a importância de se manterem longe das drogas e da violência.

 

“Quando minha mãe foi chamada para o concurso da polícia, a nossa vida mudou bastante. Na época eu estava entrando na adolescência e pude crescer com essa imagem de inspiração, Ela me falava de suas histórias na Polícia Militar, o companheirismo dos colegas e, de forma não intencional, me levou a seguir os seus passos. Hoje, estamos na mesma carreira e em alguns momentos temos a oportunidade incrível de trabalharmos juntas”, acrescentou a soldado Elisa.

 

Do sonho à realidade

O amor pela PM pode vir de geração a geração, mas também pode nascer de um sonho. E foi dessa maneira que a 2° sargento Wanessa Neves conseguiu conquistar o seu objetivo de vida ao ser incorporada na Polícia Militar de Alagoas, em junho de 2002. Nascida e criada no interior, mãe de um filho de 13 anos e formada em Educação Física, há 21 anos a sargento Wanessa serve à Segurança Pública e à Corporação que sempre quis pertencer.

 

“Desde criança somos incentivadas a escolher uma profissão, seja médica, professora ou advogada. Quando crescemos, podemos decidir ser o que quisermos e eu escolhi ser policial militar; era um sonho. Aprendi a manusear uma arma de fogo, a valorizar o meu uniforme e, com muito esforço, conquistei a missão de proteger Alagoas”, comentou.

 

A sargento lembra que, por ser mulher, muitas pessoas duvidaram se ela conseguiria lograr êxito na profissão escolhida. “Muitas vezes fui questionada, desafiada e algumas pessoas duvidaram da minha capacidade. Mas hoje estou realizada por ter alcançado essa posição da qual sinto tanto orgulho. Assim como eu, minhas superiores e colegas de trabalho também passaram por momentos desafiadores, principalmente aquelas que são mães, esposas e que precisam conciliar diversos turnos entre sua jornada de trabalho e sua vida particular. Mas todas nós vencemos. Ver o empenho dessas profissionais e tê-las como exemplo é algo que me alegra, pois tive a oportunidade de trabalhar com várias dessas mulheres empoderadas, cheias de disciplina, garra e conhecimento”, concluiu.

 

Nas alturas

O  Grupamento Aéreo da Secretaria de Segurança Pública (SSP) conta com duas polícias militares em seu efetivo operacional. A capitã Larissa Porciúncula, pilota de helicóptero, e a cabo Fabiana Yasmine, que ao finalizar o Curso de Operador Aerotático (Coat)  se tornou a primeira mulher a concluir o estágio de Caatinga da Companhia de Operações e Sobrevivência em Área de Caatinga (Ciosac), da PM de Pernambuco - uma das etapas do 5° COAT.

 

“É uma honra ser PM e operadora aerotática no Comando de Aviação do Estado de Alagoas. Realizar este sonho me enche de orgulho, pois tenho a oportunidade de servir à sociedade alagoana durante as missões. O treinamento árduo e técnico que recebemos nos prepara para proteger e salvar vidas, e essa responsabilidade é o que mais me motiva. Espero, também, que mais mulheres se juntem a nós no serviço aéreo, contribuindo para um futuro mais diversificado e eficiente em prol da segurança e bem-estar da nossa comunidade”, reforçou a cabo Yasmine.

 

Força da sertaneja

Engana-se quem pensa que o Sertão é somente terra de homem valente. Na Companhia Independente de Operações Policiais Especiais do Sertão (Copes) uma militar destemida se destaca: a soldado Amanda de Oliveira, que com sua garra e determinação foi a primeira mulher de Alagoas a se formar em um Curso de Choque. A militar participou da 4ª edição do Curso de Operações de Choque (COC), da PM de Sergipe, que contou com a participação inicial de 49 alunos, mas apenas 21 concluíram o curso.

Para a soldado Amanda, ser uma operadora de choque sempre foi um grande desejo, e para isso, a militar se preparou tanto fisicamente quanto psicologicamente para as adversidades que ela iria enfrentar. Sem conhecer ninguém, sendo a única policial de outro estado e tendo apenas duas mulheres em um turno com 45 alunos, o objetivo da Amanda era apenas um: vencer.

 

“Na cor diferente do uniforme e na bandeira que carregava, sabia que enfrentaria muitas dificuldades e muita pressão psicológica. O esforço físico chegou ao extremo, mas eu tinha uma força superior a mim, que não me fazia desistir. Foram 45 dias de intenso conhecimento e de muito suor, luta, noites sem dormir, sol e chuva. A cada dia que se passava sabia que era menos um e que estaria mais perto do fim, mas eram infindáveis dias e a saudade de casa, do conforto, da comida, da cama quentinha maltratava muito. Mas como o propósito era um só eu só tinha uma única opção que era encarar as dificuldades e vencer, mesmo sendo ‘estrangeira’ e mulher”, destacou a soldado.

 

O COC é um curso rústico e exige bom preparo físico e psicológico. Os alunos são testados ao limite. Mas com a força de vontade, garra e fé, Amanda alcançou o seu objetivo. “Consegui vencer e ser honrada com o Elmo 24, deixando minha marca e um legado no Batalhão de Choque da coirmã PMSE. E a certeza de que, ser a primeira choqueana de Alagoas abrirá os caminhos para que outras mulheres que sonham em fazer um curso de choque possam ir em busca dessa realização. Nada é impossível quando se tem o objetivo da vitória”, enfatizou.

 

Mulheres na Saúde


Quando as pessoas falam sobre policiais militares, na maioria das vezes remetem àquela pessoa que está para servir e proteger a sociedade. Mas quem cuida desses heróis? A PM-AL conta com uma Diretoria de Saúde e um Centro de Assistência Social voltado para amparar os militares e seus dependentes. E quando se trata de mulher, não poderia deixar de falar da coronel Joana d’Arc, subdiretora de Saúde da PM, primeira mulher a chegar na ativa ao posto de coronel. A oficial do Quadro de Saúde da Briosa é enfermeira e foi fundamental na época da pandemia da Covid 19. Com certeza muitas vidas foram salvas graças aos seus esforços junto à Diretoria de Saúde.

 

"Sou mulher, enfermeira e policial militar e como diz aquela frase 'quando fazemos o que amamos, não trabalhamos um dia sequer'. Ser enfermeira na PM é unir o desejo com o dom que recebemos. A enfermagem é o sinônimo de doação ao próximo. São décadas de amor e dedicação a serviço da Corporação. Hoje, posso dizer que sou totalmente realizada profissionalmente Comecei como aspirante a oficial e hoje, com quase 32 anos na Instituição, sou coronel do Quadro de Saúde", ressaltou a subdiretora.

 

Medalhistas

Uma tradição que já foi estabelecida nos Jogos dos Servidores de Alagoas é que as mulheres da PM são as competidoras a serem batidas. Na última edição, em 2023, as atletas da Corporação conquistaram medalhas em todas as modalidades esportivas, tanto nas categorias de equipe, quanto nas individuais.

 

Mas como disse a escritora francesa Simone de Beauvoir “todas as vitórias ocultam uma abdicação”. Ser mulher e policial não é sempre fácil. Muitas das militares vão para os seus serviços e deixam filhos em casa, familiares preocupados e até mesmo a jornada dupla de cuidar de um lar.

 

Reconhecendo a importância e o grande valor que essas mulheres têm para a Caserna, o comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, deixou uma mensagem de agradecimento especial para essas mulheres de fibra.

 

“A nossa Briosa Corporação é repleta de mulheres honradas, que não titubeiam frente às adversidades inerentes da atividade policial. Guerreiras que muitas vezes precisam conciliar serem militares e mães, e mesmo assim, executam ambas as funções com excelência. Atualmente a PM de Alagoas conta com mais de mil mulheres que estão empenhadas em trazer segurança para a nossa sociedade, mas não podemos esquecer das veteranas que abriram espaço para as mulheres ocuparem e se estabelecerem na caserna. Quero parabenizar a todas as mulheres, especialmente às nossas militares veteranas”, enfatizou o comandante-geral.