O Governo de Alagoas e a Fundação Palmares colaboram para celebrar o mês da Consciência Negra e fortalecer a Serra da Barriga como espaço de memória e de resistência negra internacional. O foco principal é conferir ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares o status de patrimônio cultural e histórico global, além de fomentar o local como destino turístico cultural.

Durante reunião com as secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), da Comunicação (Secom) e da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), a Fundação expressou seu comprometimento com o fortalecimento do parque memorial, assim como no planejamento de atividades para o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, que serão realizadas em conjunto com o Estado.

"A Serra da Barriga é um local de importância inestimável para a nossa identidade como povo negro. Queremos que o Governo Federal reconheça sua relevância contínua e mantenha um compromisso firme com a preservação deste santuário. Nossa união para celebrar o mês da Consciência Negra e fortalecer a Serra da Barriga como um espaço de memória e resistência negra internacional é um passo importante para honrar nossa história e inspirar pessoas de todo o mundo.", disse a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas.

O secretário Executivo de Políticas Culturais e Economia Criativa, Milton Muniz, destacou o entusiasmo pela colaboração da Fundação com os esforços do Estado. "Nos últimos anos, o Governo de Alagoas assumiu integralmente o financiamento das atividades na região dos Quilombos de Alagoas, devido à ausência de investimentos do Governo Federal nessa área. Neste ano, com o apoio do presidente Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, o governador Paulo Dantas continuará a trabalhar em conjunto para novas conquistas do estado no dia 20 de novembro", relembrou Milton.

A superintendente de Patrimônio e Diversidade Cultural, Perolina Lyra, ressaltou a importância de dar mais destaque à data e à imagem de Zumbi no estado. "É crucial que o Governo Federal dedique atenção prioritária à Serra. Há festividades anuais em outros estados que ganham destaque nacional, mas, em Alagoas, essa importância nunca foi plenamente reconhecida, mesmo possuindo o maior Quilombo das Américas. Nossa aspiração é conquistar o reconhecimento nacional para a vital relevância da Serra da Barriga", acrescentou Perolina.

A secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, anteriormente envolvida com a Fundação Cultural Palmares, destaca a importância de adotar uma abordagem especial para as regiões quilombolas do estado.

“Aqui em Alagoas existem 72 quilombos, com pouco reconhecimento. É uma área que precisa de melhorias. Viemos de um período complexo, então, existe a necessidade de estudarmos formas de valorizá-los”, disse a secretária.

A Fundação Palmares foi fundada em 1988 e é considerada uma entidade histórica do povo preto brasileiro. Este ano, irá comemorar os 35 anos de existência no alto da Serra da Barriga, como uma forma simbólica de homenagear a memória de Zumbi dos Palmares e Dandara.

O presidente da Fundação, João Jorge Santos Rodrigues, pontuou que o Quilombo dos Palmares é um ponto de resistência jamais igualado nas Américas. “A ideia é trabalhar com o governador e os demais responsáveis pelo o Estado para criar um novo momento para o Dia da Consciência Negra. A importância da Serra da Barriga é assunto internacional, conhecida em alguns lugares da África como um santuário. Queremos embaixadores de todo o mundo reconhecendo esse espaço”, disse.

“No dia 20 vamos criar um momento bonito de volta para Palmares e de volta para nossas raízes. Além de uma festividade, é um momento de pertencimento do povo negro nesse estado fundamental para a luta pela liberdade. E conseguiremos, porque estamos juntos nessa luta”, concluiu o presidente.

Serra da Barriga

A Serra da Barriga é bem tombado pelo Iphan desde 1986, monumento nacional desde 1988 e Patrimônio do Mercosul desde 2017. O local é considerado sagrado e de grande representatividade para o povo negro, onde foi criado o maior foco de resistência escrava do Brasil, o Quilombo dos Palmares.

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