11/08/2023 13:48 | EducaçãoInclusão Social

Festival de Inovação leva sustentabilidade e inclusão social a encontro estudantil

Projetos encantaram público presente ao evento, realizado no Ginásio Lauthenay Perdigão, em Maceió


Veículos de papelão do aluno Diego Lima, do Margarez Lacet, encantaram público

Thiago Ataíde / Ascom Seduc


Ana Paula Lins / Ascom Seduc

O Encontro Estudantil da Rede Estadual de Ensino, que segue até esta sexta-feira (11), no Ginásio Lauthenay Perdigão, em Maceió, destaca-se por reunir grandes talentos. Não há quem não se encante com a criatividade dos trabalhos apresentados pelos estudantes. E na segunda edição do Festival de Inovação e Criatividade (FIC), que acontece durante o encontro, os 40 projetos expostos nessa quinta-feira (10) foram uma atração à parte, com direito à oficina de biscuit, arte com canudo e até carros sustentáveis.


“Aqui, conseguimos reunir trabalhos de toda a Educação Básica, do ensino fundamental ao médio, além da Educação de Jovens e Adultos, em uma mostra que promove inventividade e criatividade”, comemora a coordenadora do FIC, Andréa Maciel.


Os projetos, por sinal, esbanjaram inovação, e sem deixar de lado a preocupação com a sustentabilidade. Aluno da 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Margarez Lacet, de Maceió, Diego Lima expôs carrinhos e trens feitos à base de papelão, garrafa pet, canudo e palito de picolé. O garoto, que é autista, leva cerca de dois dias para produzir cada item. “Ele tem um dom. Faz esses carrinhos praticamente sem medir. Agora, queremos expor esse material com nossas turmas de 6º ano para fomentar a aprendizagem criativa”, conta a sua professora de matemática Andréa Nascimento.




Sustentabilidade também foi a marca da vassoura à base de garrafas pet produzida pelo estudante Lucas da Silva, da Escola Estadual Ângelo de Abreu, de Olho d’Água das Flores. Aluno da Educação de Jovens e Adultos, ele conta que a ideia surgiu a partir de uma proposta da professora de química Thamyres Lisboa.


“Uma garrafa pet leva de 200 a 600 anos para se decompor, e para fazer esta vassoura, uso 18 garrafas. Levo 25 minutos fazendo essa vassoura, com aproveitamento de 100% e durabilidade de até dois anos. A partir deste projeto, descobri uma nova oportunidade de renda e que toda pessoa pode começar o seu negócio”, celebra Lucas, que trabalha na construção civil. “O projeto de Lucas é revolucionário e contou com o apoio de todos os seus colegas, que doaram as garrafas”, atesta Thamyres.


Aromas e química do amor


Outra produção de destaque foram as essências desenvolvidas pelos estudantes da Escola Estadual Rocha Cavalcanti, de União dos Palmares. As alunas Maria Alice Santiago e Ana Clara Gonçalves levaram perfumes e sabonetes artesanais inspirados em personagens da literatura brasileira. “A ideia era fomentar a leitura na escola e, daí, surgiu o projeto ‘Aromas Literários’, que envolveu toda a escola, abordando também outras disciplinas, a exemplo de química e língua inglesa”, explica o professor Gilmar Oliveira.


Já os alunos da Escola Estadual Graciliano Ramos, de Palmeira dos Índios, garantem que encontraram a fórmula do amor descrita, nos anos 80 pelo cantor Léo Jaime. Eles apresentaram ao FIC a “química do amor” e o ato de se apaixonar sob uma perspectiva científica. “A paixão é como uma bomba em nosso organismo, com várias reações hormonais”, atesta a estudante Mikaely Araújo, da 2ª série do ensino médio.




A unidade expôs, ainda, uma série de jogos que trabalham a inclusão das pessoas com deficiência. “Entre os jogos está o UNO, uma espécie de baralho, onde trabalhamos da língua de sinais à tabuada, além da conscientização sobre a importância de se respeitar e incluir a pessoa com deficiência”, explica o professor Anderson Gomes.


Inclusão pela arte


Inclusão também foi a marca do projeto “Cores Especiais”, da Escola Estadual Noel Nutels, de Maceió. Na ocasião, estudantes da Educação Especial mostraram seu talento artístico pintando quadros ao vivo. “A ideia é fazer com que esses alunos se expressem por meio da arte, estimulando a socialização. Para se ter ideia, tempos atrás, alguns deles sequer conseguiam falar. Hoje, todos já estão expondo suas ideias em público”, pontua Djenane Costa, professora da Educação Especial na instituição.


Aluna do 8º ano, Lara Ilkelliane da Silva Leite também assina o projeto que arrancou elogios. “Faz pouco tempo que comecei a pintar, mas a pintura me traz um sentimento bom, uma tranquilidade que me conforta”, revela a adolescente.