17/03/2023 18:15 | Cultura

ESPECIAL MUSEU DO PALÁCIO

Uma equipe dedicada no cuidado com a preservação da história

Das fantasias aos fatos históricos, servidor guarda a memória acumulada em mais de 20 anos trabalhando no Palácio


Marco Antônio / Agência Alagoas


Fábia Assumpção / Agência Alagoas

O cuidado com a conservação das peças é atribuído à dedicação da equipe do Museu, a exemplo do servidor Rafael Soares, que há 21 anos é responsável pela manutenção do acervo do palácio. Trabalhando desde o governo de Geraldo Bulhões, seu Rafa, como é chamado, diz que conhece como a palma da mão cada cantinho do palácio e cuida como se fosse sua casa. Para não estragar e manter a conservação do acervo, composto de muitos móveis de madeira dos séculos XIX e XX, é utilizada uma cera especial de óleo de carnaúba. 


Rafa é responsável por manter em funcionamento dois relógios antigos, instalados no salão de despachos e na sala ao lado, antigo gabinete dos governadores. Ele também sustenta a lenda de existência de fantasmas no palácio. “Eu já vi muitas vezes andando e dando risadas”, assegura. Verdade ou não, com certeza há muitas histórias para contar do Palácio Floriano Peixoto, residência oficial de muitos governadores e palco de diversos fatos que marcaram a história de Alagoas, algumas inusitadas, a exemplo do impeachment do governador Muniz Falcão em 1957, que lá ficou entrincheirado, e em 1997 no afastamento dramático do então governador Divaldo Suruagy.



Segundo a supervisora do MUPA, Aline Torres, o que chama a atenção da equipe é que os relógios só funcionam quando é o próprio Rafa quem dá corda neles. “Se outra pessoa fizer isso, os relógios não funcionam”, conta Aline. Ela afirma que tem uma ligação afetiva com o Palácio Floriano Peixoto. Sua tia-avó Maria foi chefe de cozinha durante a gestão do governador Arnon de Mello.  “Ela era chamada para fazer os banquetes oferecidos no palácio, pois achavam que só ela sabia preparar os pratos com peixes”, conta Aline, natural de Salvador, que chegou a Alagoas com apenas seis anos e passou a conviver com as histórias do Palácio. “Tenho uma verdadeira relação de amor com esse palácio, inclusive uma madrinha minha chegou a ser chefe de gabinete do governador Geraldo Bulhões”, acentuou.