17/02/2023 09:18 | Segurança

PLANO DE AÇÃO

Secria, RAV e outros órgãos discutem meios para fortalecer rede de atendimento às vítimas de violência

Na infância, se não houver o atendimento devido, consequências podem acompanhar a criança em outras fases da vida


Secretária Extraordinária da Primeira Infância, Paula Dantas, durante encontro com a Rede de Atenção as Violências

Rodrigo Marinho


Fabiana Barros/ CRIA

Fortalecer a intersetorialidade, aproximar os órgãos, fazer o fluxo e divulgar, integrar os poderes Executivo e Judiciário, elaborar plano de ação. Esses foram alguns dos objetivos da reunião ocorrida na quinta-feira (16), na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), com a Rede de Atenção as Violências (RAV), a Secretaria Extraordinária da Primeira Infância (Secria) e outras envolvidas com a temática. Para a rede, a violência é uma questão de saúde pública.

O trabalho da RAV trata da linha de cuidado pelos vulneráveis. Assim, a RAV envolve mulher, criança e adolescente, idoso, pessoas com deficiência, povos e comunidades tradicionais, pessoas pretas, LGBTQIAP. Entre os tipos de violências estão a doméstica/familiar e a comunitária extrafamiliar, que podem ser de natureza física, psicológica, sexual, patrimonial, moral. “A RAV é um grande apoio a todas as secretarias do Executivo. Precisamos entender o que cada pasta possui de enfrentamento à violência, de projeto para que gente possa se reconhecer e se fortalecer”, explicou Camille Wanderley, coordenadora da RAV.


No cenário mundial, um custo de até 2,4 por cento do PIB da saúde se gasta com violência. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a violência é uma questão de saúde pública, inclusive a violência chega de várias formas até a saúde. Na criança, essa violência pode acompanhá-la em outras fases da vida. Impacta fisicamente em lesões, com doenças não transmissíveis de comportamento de risco, com doenças transmissíveis de comportamento de risco, uso de álcool, drogas, práticas sexuais inseguras, múltiplos parceiros, HIV e impacta na saúde mental de forma mais ampla. “Se a gente não extinguir a origem dessa violência, o medo, dar condição para que ela possa sair da violência, ela volta de novo para a saúde e volta mais grave”, afirmou Camille.



 

Exames periciais

 

Em Alagoas, a Área Lilás hoje atende 55% das violências sexuais do Estado. Os 105 exames periciais de crime sexual realizados, no mês de janeiro, por técnicos do Instituto Médico Legal (IML), 69% foi atendido dentro do Hospital da Mulher, em Maceió, e Unidade de Emergência Dr. Daniel Houly, em Arapiraca. A unidade do Agreste agora tem RAV e vai funcionar 24 horas durante o carnaval.


O juiz da 14ª Vara Criminal de Maceió, Ygor Figueiredo, participou da reunião e propôs que haja viaturas para atender pessoas em condições de vulnerabilidade assim como existe a patrulha Maria da Penha. O secretário executivo de Políticas de Segurança Pública, Patrick Madeiro, disse que a questão pode ser analisada.

A secretária Extraordinária da Primeira Infância,  Paula Dantas, tem defendido e atuado na pauta de mapear a atuação dos órgãos a fim de evitar trabalhos sobrepostos. “É essencial saber quem está responsável por cada atribuição, pensar em orçamento juntos”, disse.

 

Participaram da reunião a secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (SECDEF), Aline Rodrigues; a secretária da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), Maria Silva; representantes da Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), além da SSP e do Poder Judiciário.