09/09/2021 14:24 | Saúde

Recém-implantado, Programa AVC Dá Sinais já salvou a vida de 61 alagoanos

Programa da Sesau está em atividade há 17 dias; último atendimento ocorreu na quarta (8), no Hospital Metropolitano de Alagoas, em Maceió


Ivo Neto


Ruana Padilha

O diagnóstico rápido e preciso é decisivo para salvar a vida dos pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), bem como, para evitar sequelas. Por meio do Programa AVC Dá Sinais, lançado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) no dia 23 de agosto, 61 alagoanos já foram salvos. É o caso de um morador de Maceió de 51 anos, que foi atendido no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), na quarta-feira (8).

O morador do bairro Benedito Bentes sofreu um AVC  após passar mal dentro de um ônibus, quando estava se deslocando para o trabalho. O paciente foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e imediatamente encaminhado ao HMA, referência para o tratamento de pacientes acometidos pela doença, conhecida popularmente como derrame.  Na unidade hospitalar, ele recebeu assistência médica especializada e em menos de duas horas, após o início dos primeiros sintomas, foi submetido a uma trombólise.

A trombólise consiste no uso de um medicamento injetado na veia, que vai pela circulação até o local onde o vaso cerebral está obstruído e libera a passagem do sangue. Ela é realizada até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Em seguida, o paciente também foi atendido por neurologistas, por meio de aplicativo de telemedicina, onde são discutidos os casos de AVC.

Para o médico da Unidade AVC do HMA, Alessandro Ferreira, a agilidade e o trabalho em equipe foram fundamentais para um diagnóstico rápido e preciso. “Recebemos um chamado no aplicativo com o diagnóstico de AVC, apresentando critério de trombólise. Vimos onde o paciente estava e quanto tempo faltava para chegar aqui na unidade. Não perdemos tempo e na sua chegada já fizemos a tomografia, sempre em contato com os profissionais especialistas em imagem para definir qual o diagnóstico. A equipe integrada fez a diferença para realizarmos a trombólise”, disse.

De acordo com o médico, o tratamento realizado por meio da trombólise, é a forma mais eficaz para minimizar as sequelas que o derrame pode deixar. “A trombólise é importante para que o paciente possa recuperar os movimentos e diminuir as sequelas que um AVC possa ocasionar. Por isso, é tão importante um diagnóstico ágil para o paciente”, salientou.

Ainda segundo Ferreira, o paciente continuará internado por alguns dias, onde vai realizar mais exames, mas já recuperou os movimentos do corpo e a fala. “Quando ele chegou aqui não movia o corpo e nem conseguia falar, mas, após a trombólise, já observamos a volta dos movimentos, que é super importante para profissão”, comemorou.

O secretário Executivo de Ações da Saúde e diretor do HMA, médico Marcos Ramalho, afirmou que o Programa AVC Dá Sinais é fundamental para a agilidade no atendimento de pacientes vítimas do AVC. “O AVC é a segunda maior causa de mortes no país. E é preciso que toda a população saiba identificar os seus sinais, para que as vítimas consigam receber um atendimento rápido e eficaz, evitando as sequelas que ele pode deixar”, explicou.

Marcos Ramalho orientou que ao perceber sinais e sintomas do AVC, como a repentina perda de força em um lado do corpo e a boca torta ou dificuldade para falar, o paciente deve procurar imediatamente as portas de emergência. “É importante acionar o Samu, por meio do número 192 ou se dirigir à UPA [Unidade de Pronto Atendimento] mais próxima de sua residência. Em seguida, ele será encaminhado ao HGE [Hospital Geral do Estado] e HMA, em Maceió; ao HRM [Hospital Regional da Mata], em União dos Palmares; ou ao HEA [Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca”, informou.