Projeto Samu que Salva reúne socorristas e pacientes salvos em Maceió
Profissionais são condecorados com certificado de honra ao mérito pelos atendimentos prestados
O pequeno Kayo e Rubia tiveram a oportunidade de conhecer os socorristas que salvaram suas vidas
Thyeres Medeiros / Ascom Sesau
Thyeres Medeiros / Ascom Sesau
Pela própria configuração do atendimento pré-hospitalar, os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) normalmente não conseguem acompanhar os pacientes que atendem, sem saber qual a evolução dos quadros depois que os transferem aos hospitais. Para mudar este quadro, o Samu Alagoas implantou o projeto Samu que Salva, para que os usuários conheçam os profissionais que atuaram no seu atendimento e, paralelamente, os socorristas tenham a oportunidade de ver o fruto do trabalho materializado na saúde dos seus pacientes.
Na primeira edição do projeto, Rubia Eller, que sofreu uma queda de moto após ficar enroscada em um fio de telefonia no bairro Poço, em Maceió, e o pequeno Kayo Gabryel, de 8 anos, que se afogou depois de cair em um buraco, numa obra no Conjunto Village Campestre, puderam rever as equipes que os resgataram, em um encontro emocionante. “Mesmo que eu vivesse 150 anos e tivesse duas vidas, não seria tempo suficiente para agradecer. Se eu estou viva aqui e, sem sequelas, é graças ao belo trabalho que vocês desenvolvem” afirmou Rubia.
A mãe do tímido Kayo Gabryel, Marciene dos Santos, também se emocionou ao relatar o acidente do filho. “Eu não estava em casa no momento, mas sei que o atendimento do Samu foi maravilhoso. Só tenho a agradecer ao Serviço, que prontamente atendeu meu filho e que também fez a transferência do HGE [Hospital Geral do Estado] para o Hospital da Criança”, relembrou.
Recriar os laços entre socorristas e pacientes é um ponto importante para a valorização dos profissionais de saúde, de acordo com o supervisor do Samu Alagoas, Jhonat Silva. “Fazer com que os profissionais vejam materializado na frente deles o trabalho bem feito que executaram dá mais uma energia para continuar fazendo sempre o melhor pela população”, afirmou o supervisor.
Para condecorar o trabalho bem executado à sociedade alagoana, os socorristas recebem, ao final do encontro, um brinde e um certificado de honra ao mérito entregue pelos pacientes.
Caso Rúbia
De acordo com o técnico de enfermagem Josoé Matias, que realizou os primeiros socorros ao chegar de motolância ao local da ocorrência, Rubia estava enroscada em um fio que provocou um corte profundo no pescoço. “O caso dela era grave, mas conseguimos realizar os procedimentos em tempo hábil e hoje podemos revê-la. Fico feliz de ver como nosso trabalho faz a diferença na vida das pessoas”, ressaltou Josoé.
Para os socorristas do Samu Alagoas que atenderam Rubia, o sentimento após a realização do projeto foi unânime: orgulho. “Raramente, temos esse feedback de como o paciente evoluiu. A gente entrega os casos nos hospitais e fica na esperança de ter realizado o melhor atendimento possível”, explicou o médico socorrista Adriano Luna.
Já o enfermeiro socorrista Flávio Tenório conta sobre a felicidade de ver o final feliz da ocorrência. “Fizemos os procedimentos de Suporte Avançado e encaminhamos a paciente pro HGE, e de lá foi direto pro centro cirúrgico. É motivo de orgulho saber que o nosso trabalho está sendo recompensado com cada vez mais vidas salvas”, revelou Flávio.
Caso Kayo Gabryel
Segundo o médico socorrista Luiz
Carlos Cavalcante, o caso de afogamento do Kayo era gravíssimo, já apresentando
sinais de possíveis perdas neurológicas. “Tivemos que realizar uma entubação
assim que chegamos, e foi um procedimento difícil, uma vez que as vias aéreas da
criança estavam ainda repletas de líquido, mas conseguimos realizar
corretamente todos os procedimentos para encaminhá-lo ao HGE”, explicou o
médico.
A enfermeira Rayane Vanderlei se sensibilizou bastante ao reencontrar Kayo saudável e ativo. “É impossível não me emocionar vendo esse caso. Ocorrências com crianças me marcam muito, porque tenho dois filhos em casa, e só imagino a dor dos pais caso tenhamos que comunicar que aconteceu o pior”, finaliza Rayane.
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