Laudo esclarece morte de criança de dois anos encontrada na Rota do Mar, no Benedito Bentes
Trabalho foi feito pelo laboratório de Genética Forense
Perita criminal Carmélia Miranda, responsável pelo exame que esclareceu crime do menino Márcio Kauã
Ascom Polícia Científica
Aarão José com Agência Alagoas
O Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de
Alagoas encaminhou nesta terça-feira (24) o resultado do exame de DNA feito na
ossada de uma criança encontrada no mês passado, em uma região de mato, entre
os conjuntos residenciais Aprígio Vilela e Caetés, no bairro do Benedito Bentes,
em Maceió, às margens da Avenida Rota do Mar.
O laudo confirma oficialmente que os restos mortais são de Márcio Kauã
Ferreira Acioli, de 2 anos e 10 meses.
O exame cadavérico realizado pela equipe do Instituto de Medicina Legal
Estácio de Lima (IML de Maceió) na ossada apontou que a criança morreu por
traumatismo crânio encefálico. A necropsia encontrou uma fratura no osso occipital
do crânio causada por um instrumento contundente, como também foram localizadas
fraturas antigas consolidadas em três costelas, confirmando que a criança vinha
sofrendo maus tratos, antes de ser morta.
A ossada da criança foi localizada no dia 28 de abril. O exame se tornou
obrigatório tendo-se em vista questões técnico-científicas e legais em relação
à liberação de cadáveres vítimas de violência.
De acordo com a perita criminal Carmélia Miranda, responsável pelo exame, o material chegou ao Instituto Médico Legal (IML) de Maceió com um fragmento ósseo de fêmur retirado do cadáver até então não identificado. Chegaram também ao IML células orais coletadas em Dirlene Ferreira Acioli, mãe do menino Kauã.
Carmélia explicou que mesmo diante de tantos indícios de que os restos
mortais eram da criança Kauã, e embora houvesse a própria confissão do autor do
crime, juridicamente não era possível liberar a ossada sem uma prova
científica. Por esse motivo, foi necessário a realização do exame de DNA para
constatar que a ossada era realmente do filho biológico de Dirlene.
“Do ponto de vista forense, realizar a identificação humana das vítimas,
seja de restos mortais ou remanescentes, tem a importância de garantir os
devidos trâmites legais para a conclusão das investigações. Mas, do lado
humano, o resultado desse exame irá garantir à mãe e a todos os familiares
desse menino, fechar um ciclo após a liberação da ossada para o sepultamento”,
disse Carmélia Miranda.
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