05/12/2022 11:27 | Desenvolvimento Humano

Junto a estudantes, ONU-Habitat, Governo de AL e Universidade Columbia planejam cidades mais seguras para mulheres

Oficinas realizadas pelas instituições reuniram informações para a construção de diagnósticos que apoiem o desenvolvimento de políticas públicas para meninas e mulheres nas cidades


Estudantes construíram uma cartografia coletiva, mapeando questões relacionadas aos seus deslocamentos na cidade

Minne Santos


Minne Santos/ Ascom ONU-Habitat

A busca pela promoção de cidades mais acolhedoras, sustentáveis e inclusivas para meninas e mulheres motivou o Governo de Alagoas a levar o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) a um diálogo com estudantes da rede pública de ensino do estado sobre as suas experiências de vida na cidade. Realizados durante o mês de novembro, os encontros consistiram numa adaptação da metodologia de Auditoria de Segurança das Mulheres, ou Cidade Mulher, e vão contribuir para a construção de diagnósticos participativos que apoiem a elaboração de políticas públicas relacionadas ao tema.


Resultado de uma parceria com a rede Columbia Women's Leadership Network in Brazil, as oficinas ocorreram nas Escolas Estaduais Maria das Graças de Sá Teixeira e Doutora Eunice Lemos, que ficam localizadas nos bairros do Feitosa e do Benedito Bentes, respectivamente.


As experiências de vida nas cidades são sempre diversas, mas para alguns públicos, como meninas e mulheres, existem barreiras em comum que tornam o caminho mais perigoso, desigual e às vezes inacessível. Promover o direito à cidade para elas é uma das missões do ONU-Habitat.


“Essa metodologia já foi aplicada em Pernambuco pelo ONU-Habitat e é, também, uma estratégia de localização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O intuito é trazer o olhar das mulheres e meninas para o urbanismo, para que a gente possa entender os espaços públicos a partir das percepções, das necessidades e das experiências que elas têm na cidade”, explica a assistente de Programas do ONU-Habitat, Bethânia Boaventura.


Cartografia coletiva - Por meio de uma roda de conversa com as jovens, foi possível compreender as suas necessidades, desejos, soluções e ideias voltadas para a projeção de uma cidade melhor para todas e todos.


“Conta muito quando uma pessoa é ouvida. As mulheres precisam de mais atenção, precisam ser mais ouvidas. Eu acho que toda conversa sempre resolve muito. Se o povo parasse para conversar com as mulheres e perguntar como elas se sentem, o mundo, as nossas cidades e as mulheres seriam mais valorizadas”, afirma a estudante Esther Araújo.


Após a troca, as estudantes construíram uma cartografia coletiva, mapeando os fatores ambientais, sociais e urbanos que colaboram para a sensação de insegurança em seus territórios e que, muitas vezes, fazem com que elas não se apropriem de espaços públicos como praças, parques, ruas, ou que precisem estar duas vezes mais atentas em seus deslocamentos pela cidade. Além disso, também foram mapeados espaços em que elas se sentem seguras, rotas de fuga e pontos de refúgio, além de melhorias e desejos para espaços públicos das comunidades.


“Com esse compartilhamento, o ONU-Habitat espera que a gente tenha os anseios de meninas e mulheres respondidos no planejamento urbano e que essa dimensão de gênero seja incluída na forma como pensamos a cidade”, complementa Boaventura.


Depois de sistematizadas e analisadas, as informações vão servir para apoiar políticas públicas que contribuam para que as cidades alagoanas sejam melhor experienciadas, com cada vez menos privações e inseguranças nas vivências das meninas e mulheres.


"A segurança e o bem-estar das mulheres alagoanas são pautas prioritárias para o Governo de Alagoas. Estamos atentos às principais questões que as afligem no seu dia a dia, por isso pensamos neste projeto, que busca ouvir e entender a percepção das meninas que estão terminando o ensino médio e entrando no mercado de trabalho. Esta é uma maneira de ampliar a voz desse público e enxergar as suas necessidades e principais dificuldades, para assim desenvolver políticas públicas que melhorem a qualidade de vida das meninas e mulheres do nosso estado", pontua a secretária de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas, Renata dos Santos.


A iniciativa integra o Visão Alagoas 2030, projeto do Governo de Alagoas, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), voltado ao desenvolvimento de estratégias e soluções integradas para uma prosperidade urbana sustentável e inclusiva no estado.


Para saber mais sobre a atuação do ONU-Habitat em Alagoas, acesse: http://visaoalagoas2030.al.gov.br/