24/03/2023 10:08 | Saúde

Dia Mundial de Combate à Tuberculose: doença pode atingir outros órgãos além do pulmão

Alerta é de infectologista do Hospital Helvio Auto; unidade assistencial da Uncisal faz diagnóstico e tratamento de casos


Tuberculose pulmonar é o tipo mais corriqueiro, mas a enfermidade também pode atingir outros órgãos e sistemas do corpo

Ascom HEHA


Ana Paula Tenório – Ascom HEHA

No dia 24 de março é comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. O Hospital Escola Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), atende e fornece tratamento a pacientes com tuberculose como doença oportunista ao HIV/AIDS e ainda casos de tuberculose extrapulmonar.


Infectologistas alertam para a necessidade de atenção na conclusão do diagnóstico de tuberculose extrapulmonar, uma vez que os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças. A tuberculose pulmonar é o tipo mais corriqueiro, mas a enfermidade também pode atingir outros órgãos e sistemas do corpo e seu diagnóstico diferencial pode ser difícil para alguns pacientes. As infecções de tuberculose extrapulmonar mais comuns são da pleura, linfonodos, sistema nervoso central, rins, fígado, pele, ossos e olhos.

 

Imunossuprimidos são maiores vítimas

Geralmente os pacientes acometidos por tuberculose extrapulmonar são aqueles imunossuprimidos. Uma doença muito associada à tuberculose é a Aids, tanto que aproximadamente 30% dos pacientes com HIV/Aids tiveram, têm ou terão tuberculose em alguma fase do desenvolvimento da infecção. “A tuberculose pode atingir qualquer pessoa, mas é mais comum em pacientes imunocomprometidos, quando o paciente tem alguma doença que diminua a imunidade ou está fazendo um tratamento que afete o sistema imunológico, por exemplo: tratamento para doença autoimune, pessoas que passaram por transplantes, pacientes que fazem tratamento com corticóide em doses altas por período prolongado têm mais facilidade de serem acometidos pela tuberculose”, explicou o infectologista do HEHA Fernando Maia.


A prevenção contra a doença é a mesma, independente se pulmonar ou extrapulmonar. Como a porta de entrada do bacilo no organismo é a via respiratória, todas as formas de tuberculose, para se desenvolverem, têm como ponto de origem o pulmão. A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. O tratamento da doença pulmonar é igual ao da doença extrapulmonar. A única diferença é o tempo de duração. Depois de 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite a doença. Na tuberculose pulmonar o tratamento habitual é feito em seis meses; já na tuberculose extrapulmonar, o tempo é estendido até nove meses.


Em casos específicos de tuberculose extrapulmonar do sistema nervoso central e óssea, o tratamento se prolonga até um ano. Em 2021, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto tratou 277 casos de tuberculose pulmonar; já em 2022 houve uma discreta diminuição, contabilizando 274 pacientes. Em relação à tuberculose extrapulmonar, o HEHA atendeu 43 casos em 2022; já nos dois primeiros meses deste ano foram registrados 15 casos. Ainda há pacientes que desenvolvem as duas formas da doença concomitantemente. “O diagnóstico diferencial da tuberculose extrapulmonar é muito vasto e pode ser muito difícil de ser feito. É necessário que o paciente seja visto com atenção, uma vez que requer uma boa análise da história clínica para que sejam solicitados os exames corretos”, diz o médico.


 “E, desse modo, se fazer a exclusão de outras causas ao se pensar em tuberculose ou confirmar a tuberculose quando for o caso, visto que outras doenças podem ser bem parecidas com a tuberculose tanto pulmonar como extrapulmonar”, concluiu o professor de Infectologia Fernando Maia.


Segundo dados da OMS, cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. A doença pulmonar pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas. A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo.


Os principais sintomas da tuberculose pulmonar são tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo e prostração; febre baixa geralmente no período da tarde; suor noturno; falta de apetite; emagrecimento acentuado e rouquidão.