Desenvolvido pela Seplag, Programa Pontapé fortalece permanência de estudantes na universidade
Com remuneração de um salário mínimo, iniciativa dá condições para que jovens possam conciliar estudo e trabalho
Jinny Albuquerque, estagiária da Secult, é uma das beneficiárias do Programa Pontapé: estágio permite continuidade aos estudos
Daniel Borges
Minne Santos
Trabalhar enquanto se estuda não é fácil, mas, para muitas pessoas, essa
é a única forma de se manter na universidade. Em Alagoas, o Pontapé, que
oferece estágio remunerado nos órgãos do Estado, tem cumprido um papel
importante nesse sentido. Além de gerar oportunidades de emprego, o programa
vem fortalecendo a permanência de diversos jovens na faculdade.
É o caso do Jonatas Silva, por exemplo. Estudante da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ele conta que a remuneração garantida por meio do Pontapé é o que hoje o tem dado condições de continuar na vida acadêmica.
“Não sou de Alagoas, vim por causa da Ufal e estava sem emprego. Se as aulas presenciais voltassem, eu não teria como seguir na faculdade. Agora, por causa dessa oportunidade gerada pelo programa, vou poder terminar tranquilamente a minha graduação. Se não fosse isso, eu não sei. Com os cortes recorrentes e a pandemia, esse cenário tem ficado ainda pior. A importância do estágio vai além da questão de incorporar a gente nos órgãos, é também sobre manter os estudantes na universidade”, comenta Jonatas.
Desenvolvido por meio da Secretaria do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), o programa já é uma revolução no processo de seleção de estagiários. Com uma oferta inicial de cerca de 700 vagas, a iniciativa passou a democratizar o acesso a estudantes que sonhavam em ter a chance de trabalhar junto aos órgãos e secretarias do Executivo, mas não conseguiam concretizar essa meta por conta das barreiras que enfrentavam pelo caminho.
Política pública afirmativa
Realizado de forma online, o processo de seleção do Pontapé teve como principal critério o Coeficiente de Rendimento (CR), índice que mede o desempenho acadêmico do estudante. Enquanto política pública afirmativa, o projeto amplia oportunidades para Pessoa com Deficiência (PcD), para inscritos no CadÚnico e para aqueles que cursaram todo o ensino médio na rede pública ou na privada com bolsa integral.
Estagiária da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Jinny Albuquerque é uma das que estudaram na rede pública de ensino durante toda a vida. A alagoana reforça que o programa tem aberto outras possibilidades para ela e para os demais estudantes que são beneficiados pela iniciativa.
“Sou extremamente grata ao programa porque é uma oportunidade única. Quando eu vi o post da seletiva, não pensei duas vezes. Nasci de uma família humilde, cresci na rede pública e hoje estou seguindo esse novo caminho", comenta a estagiária. "O estágio é essencial para que muitas pessoas possam continuar estudando, mesmo nas universidades públicas, tem gente que não consegue seguir porque precisa trabalhar ou porque mora distante, porque não tem condições. Políticas públicas como essa, que permitem essa acessibilidade e fazem com os estudantes integrem esses espaços, são mais do que necessárias”, aponta.
Para saber mais sobre o Pontapé, acesse: pontape.al.gov.br.
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