31/12/2021 12:15 | Saúde

Com mais de 8.500 altas por Covid-19, Sesau realizou concurso e entregou 4 novos equipamentos em 2021

No combate à pandemia, Alagoas foi um dos poucos estados a não colapsar a rede pública estadual; em atuação dedicada e transparente, a Secretaria de Saúde coordenou a distribuição de vacinas e inaugurou seis programas e quatro Linhas de Cuidados


Carla Cleto


Bia Alexandrino

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) lutou todos os dias para controlar a pandemia no estado sem deixar para trás os outros deveres e metas sempre com a participação de profissionais de saúde em incontáveis reuniões, realizadas sob o crivo da ciência. Ainda marcada pela pandemia da Covid-19 em 2021, Alagoas perdeu 3.600 pessoas para o novo coronavírus e registrou mais de 126 mil casos confirmados este ano.

Com relação ao combate à Covid-19, Alagoas apresentou conquistas à parte: concedeu 8.554 altas a pacientes internados, distribuiu mais de 4,7 milhões de vacinas até o dia 09 de dezembro, ampliou a cobertura de leitos exclusivos para Covid-19, chegando a 1.488 leitos. Além disso, realizou mais de 145 mil exames RT-PCR e publicou mais de 360 boletins epidemiológicos. Tudo isso garantiu que Alagoas fosse um dos poucos Estados brasileiros a não colapsar sua rede pública estadual, e, claro, sempre prezando pela transparência das informações.

Neste ano, foram entregues quatro equipamentos de saúde, entre hospitais e Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), logo, foram empregadas 1.182 profissionais de saúde só em 2021. Além disso, implantou mais de 10 projetos entre programas e linhas de cuidados para a saúde dos alagoanos e realizou um concurso público para provimento de 1.200 vagas.

Não colapsar a rede pública, enquanto administrava todos os atendimentos e serviços estaduais do SUS para garantir a melhor e mais humanizada assistência à população em Alagoas, foi um dos maiores desafios para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, este ano.


Paciente recebe alta de Covid-19 após internação na rede pública estadual. Foto: Carla Cleto


Seguem, assim, breves retrospectivas sobre os desafios e as conquistas da saúde pública em Alagoas.

COVID-19

- Início da vacinação: O ano de 2021 iniciou com a vacinação contra a Covid-19, no dia 19 de janeiro. Nesta oportunidade, o Estado recebeu do Ministério da Saúde (MS) uma remessa de 87.760 doses de imunizantes da CoronaVac para a vacinação de trabalhadores da saúde, indígenas e idosos institucionalizados. A partir daí, os grupos prioritários foram gradativamente aumentando e, agora, todos os alagoanos com 12 anos ou mais podem se vacinar e todos os adultos já podem tomar a dose de reforço em Alagoas. De acordo com a última atualização do LocalizaSUS, 4.346.187 doses haviam sido aplicadas em Alagoas. Eram 2.345.592 pessoas vacinadas com a primeira dose (D1), 1.818.964 com a segunda dose (D2) ou dose única (DU) e 181.631 com a dose de reforço (DR) e dose adicional (DA).

- Ajudando Manaus: E como a solidariedade faz parte da pauta de saúde pública no Estado, Alagoas não deixaria de ajudar populações de outros Estados no enfrentamento à Covid-19. Assim, 15 pacientes de Manaus, capital do Amazonas, foram encaminhados para unidades de referência em Alagoas, por conta do colapso no sistema de saúde amazonense, que viveu um caos por falta de oxigênio nos hospitais, o que resultou em mais de 2.500 mortes de pessoas do Amazonas em apenas um mês. Os cemitérios em Manaus chegaram a registrar filas de carros funerários e tiverem que instalar câmaras frigoríficas para armazenar os corpos das vítimas. Todos os amazonenses trazidos a Alagoas receberam alta.

 - Altas: Sempre cheias de celebração, as unidades públicas de referência em Covid-19 concederam 8.554 altas hospitalares a pacientes que necessitaram de internação. Vale lembrar que não faltaram leitos públicos em nenhum momento durante a pandemia, e milhares de famílias alagoanas puderam abraçar seus familiares na saída do hospital depois de terem recebidos os cuidados necessários pelos heróis da saúde. As altas foram eternizadas nas árvores da vida dos hospitais da Sesau, além disso, cartas foram entregues aos profissionais de saúde, elogios foram feitos à ouvidoria e reencontros marcaram os momentos que sucederam as internações.

- Virada de chave dos hospitais: Com o avanço da campanha de vacinação, o número de leitos ocupados foi diminuindo gradativamente. Assim, as alas Covid do Hospital Geral do Estado (HGE), na capital alagoana, e do Hospital Regional da Mata (HRM), no município de União dos Palmares, foram totalmente desocupadas e puderem ser fechadas.  Já o Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, o Hospital Regional do Norte (HRN), em Porto Calvo e o Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), em Delmiro Gouveia, viraram a chave, deixando de ser exclusivos para Covid-19, e passaram a receber alagoanos com outras enfermidades. O número de leitos públicos exclusivos para Covid-19 em 2021 chegou a 1.488, mas, atualmente, há 225 leitos distribuídos em hospitais e UPAs de todo o Estado.


Fachada do Hospital Regional do Alto Sertão, inaugurado em 2021 pelo Governo do Estado em Delmiro Gouveia. Foto: Márcio Ferreira


NOVOS EQUIPAMENTOS

- Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS): Importante para beneficiar uma população de mais de 160 mil pessoas de sete cidades sertanejas, o HRAS fica localizado no município de Delmiro Gouveia e empregou 420 pessoas. Inaugurado em 21 de junho deste ano, o hospital inicialmente era exclusivo para pacientes acometidos pela Covid-19, mas agora já recebe alagoanos com outras enfermidades, encaminhados pela Central de Regulação de Leitos de Alagoas.

- Unidades de Pronto Atendimento (UPAs): Este ano foram entregues três UPAs pelo Governo do Estado. Cada uma delas tem capacidade de atender 10.500 pessoas por mês e cada uma empregou 254 pessoas. Juntas, elas já realizaram mais de 25 mil atendimentos.  A ideia é desafogar o Hospital Geral do Estado (HGE) e preencher o vazio assistencial alagoano.

A primeira UPA inaugurada em 2021 foi a UPA Cidade Universitária, localizada no conjunto Santa Maria, na capital alagoana. Começou a funcionar dia 21 de agosto e já realizou 15.249 atendimentos até agora.

A segunda foi a UPA Jaraguá, localizada ao lado da Superintendência Regional da Polícia Federal de Alagoas, no bairro Jaraguá. Entregue dia oito de novembro realizou 8.745 atendimentos desde o início de novembro até agora.

E mais recentemente, foi entregue, no dia 16 de dezembro, a UPA Noel Macedo, em Arapiraca. O início do funcionamento foi em 17 de dezembro e já atendeu até agora 1.037 pessoas.

- Ordens de serviço: Foram assinadas, ainda este ano, a ordem de serviço do Hospital Regional do Médio Sertão, que será construído em Palmeira dos Índios, no bairro Juca Sampaio, e a ordem de serviço do Hospital Metropolitano e o Hemocentro do Agreste, na cidade de Arapiraca, no bairro Canafístula.


Profissionais de saúde durante atendimento no programa AVC Dá Sinais. Foto: Ivo Neto


PROGRAMAS E LINHAS DE CUIDADOS
 

Programas de saúde são estratégias, ações estabelecidas por um governo com o objetivo de melhorar as condições de saúde da população, de acordo com suas necessidades. Já as linhas de cuidado definem o trajeto, o itinerário, que o paciente deve percorrer dentro do SUS para que suas necessidades sejam atendidas, ou seja, a linha de cuidados define um fluxo assistencial. Um programa pode estar ligado a uma linha de cuidados (como é o caso do Programa AVC Dá Sinais).

Este ano, a Sesau colocou em prática seis programas: Ame-se, Alô Vacina, AVC Dá Sinais, CastraSim, Prece e Heróis da  Saúde. Além desses, quatro Linhas de Cuidados (LC): a do Programa AVC Dá Sinais, LC da Hanseníase, LC das Pessoas com Doença Falciforme e LC do Albinismo.

Entenda alguns deles:

- Primeira Cirurgia do Programa Ame-se: Programa de reconstrução mamária para mulheres que tiverem de passar pela mastectomia em decorrência do câncer de mama, o Programa Ame-se realizou sua primeira cirurgia no dia 25 de janeiro, no Hospital Regional da Mata (HRM), no município de União dos Palmares.

Maria Fernanda, de 32 anos, foi a primeira paciente do Ame-se a passar pela cirurgia e não disfarçou a sua ansiedade “Eu fiquei com o coração transbordando de alegria, chorando de felicidades, porque quem passou por essa doença [câncer], sabe o como é triste perder uma de suas mamas. Mas, hoje eu estou feliz porque ou vou realizar o meu sonho”, foram as palavras de Maria Fernanda momentos antes da cirurgia.

Esperançosa, ela ainda ressaltou o que quer fazer depois da cirurgia. “Estou ansiosa para poder me ver no espelho, e eu quero ir à praia, poder botar meu biquíni”, revelou.

Para participar do Programa Ame-se, é necessário ter mais de 18 anos, estar em boas condições clínicas, sem comorbidades ou com as comorbidades controladas. É importante também que o Índice de Massa Corpórea (IMC) esteja abaixo de 27, que tenha autorização do oncologista e já tenha passado pelo tratamento quimioterápico ou radioterápico há, pelo menos, seis meses.

- Programa Alô Vacina: Lançado dia 09 de fevereiro, o Programa Alô Vacina ofereceu informação e transparência para o povo alagoano. O canal gratuito, que também foi disponibilizado em libras pelo aplicativo WhatsApp, tirava dúvidas da população sobre a imunização. Pelo canal também podiam ser feitas denúncias sobre alguma irregularidade na campanha de vacinação. O Programa Alô Vacina funcionou até o final de julho e foi acionado por mais de oito mil alagoanos. 

- Programa AVC Dá Sinais: Pioneiro em todo o país e inaugurado em 23 de agosto, o Programa AVC Dá Sinais ampliou significativamente os cuidados para os alagoanos acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das doenças que mais mata no Brasil. O Programa realiza os atendimentos  com agilidade e conta com uma linha de cuidados, quatro hospitais de referência (todos com tomógrafo e equipe capacitada), um ambulatório pós-avc e um aplicativo de telemedicina chamado Join que agiliza a conduta médica. Foram capacitados também profissionais das UPAs e do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Já foram discutidos pelo aplicativo Join 523 casos suspeitos, dos quais 247 foram confirmados. Os casos que não eram AVC foram diagnosticados e tiveram a conduta definida da mesma forma.

Durante uma crise de AVC, a cada minuto, em média, são perdidos dois milhões de neurônios. Isso pode gerar graves sequelas como dificuldade em falar, dificuldade em deglutir e desequilíbrio. Por isso a agilidade no atendimento, no diagnóstico e na conduta devem ser muitos rápidos.

- Programa CastraSim: O Programa CastraSim tem o intuito de castrar fêmeas de cães e gatos dos 102 municípios alagoanos. Alagoas foi o primeiro Estado a oferecer esse serviço gratuitamente pelo SUS e visa reduzir a cadeia de transmissão de zoonoses tanto entre os animais como nas pessoas, além de diminuir problemas sanitários, sociais e ambientais, acidentes de trânsito, mordeduras e maus tratos.

O edital está disponível no site da Sesau e está na fase de chamamento público para o credenciamento de clínicas veterinárias.


O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, durante visita ao setor de arquivo do HGE. Foto: Thiago Duarte


DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

O doador vivo pode doar um rim, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão. Já um único doador falecido pode salvar mais de oito vidas, podendo doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.

E com esse compromisso de salvar vidas com a doação de órgãos, a Sesau realizou o primeiro transplante de fígado em Alagoas, no dia 14 de maio deste ano. Depois deste, foram realizados mais dois transplantes de fígado. Além disso, Alagoas voltou a realizar transplantes de córneas, que estavam suspensos durante o ano de 2020 por conta da pandemia do novo Coronavírus.

Em 2021 foram implantadas as Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTS) em cinco hospitais alagoanos. Foi realizado o primeiro curso de Enucleação de Córneas para enfermeiros no dia 11 de setembro. E foi realizado também o primeiro curso de Morte Encefálica por médicos do estado para os médicos de quatro hospitais alagoanos.



Visando a melhoria no atendimento, o HGE passou por mudanças na assistência e estrutura física da unidade. Foto: Thallysson Alves


HOSPITAL GERAL DO ESTADO (HGE) E HOSPITAL ESCOLA HELVIO AUTO (HEHA) 

- HGE: Em 2021 o HGE foi marcado por grandes mudanças na assistência e na parte física do prédio. Reformas para desafogar o hospital, para melhorar a comunicação interna e para oferecer mais conforto aos pacientes aconteceram durante todo o ano e seguirão em 2022.

Uma das novidades mais relevantes realizadas este ano no HGE, um dos principais hospitais públicos do Estado, foi a reestruturação feita na porta de entrada da urgência. Agora, o HGE recebe apenas os casos de emergência. Os casos de urgência, antes atendidos na Área Azul, passaram ser levados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital.

As mudanças iniciaram no Serviço de Nutrição e Dietética. Além disso, as instruções de trabalho de todos os setores foram revisadas para melhorar a comunicação entre as áreas. Logo depois, iniciou a construção do Centro de Imagem, e a reforma da Ala F da Área Verde.

- HEHA: O HEHA é uma unidade vinculada à Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e é referência no tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas no Estado. Foi inaugurada no HEHA a primeira Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com pressão negativa de Alagoas, mesmo entre os hospitais da rede privada, e é uma das poucas do país.


REGIONALIZAÇÃO E INTEGRALIZAÇÃO

O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira com o objetivo de garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde para população brasileira. Organizado em consonância com a Administração Pública, no SUS as competências são divididas entre as três esferas (a do município, a do estado e a da união). E a Sesau é o órgão responsável pelo funcionamento do SUS na esfera estadual aqui em Alagoas.

A Sesau tem um papel de gestão amplo e tem desenvolvido estratégias que visam à regionalização e à integralização dos serviços públicos de saúde. Assim, esta Secretaria administrou, com seriedade, dedicação e comprovação científica, seus mais de 20 equipamentos de saúde e seus mais de 10 mil trabalhadores da saúde desde a realização de exames laboratoriais até cirurgias de alta complexidade.

E é para garantir que mais alagoanos tenham acesso ao SUS sem precisar realizar grandes viagens que a Sesau luta pela regionalização da assistência à saúde. Essa estratégia permite que pessoas do interior do estado tenham equipamentos de saúde mais próximas a elas (regionalização) e aumenta o número de serviços realizados nesses equipamentos, independente de convênios (integralização da assistência).


O governador Renan Filho e o secretário Alexandre Ayres cumprimentam servidores da saúde estadual. Foto. Felipe Brasil


PLANOS PARA 2022

Os desafios em saúde pública seguirão no ano que se aproxima e outros desafios devem aparecer também. Assim, a luta, o trabalho e o esforço continuarão para as novas conquistas que estão por vir. Algumas delas já podem ser esperadas:

O Governo de Alagoas e a Sesau estão prestes a finalizar as obras da UPA Chã da Jaqueira. Estão em construção também o Hospital da Criança, o Hospital do Coração e o novo Hemoal. Além disso, também deve ser entregue o Hospital do Idoso. Todos eles na capital alagoana.

O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, comemora todas as conquistas da saúde pública estadual durante o ano. “Em 2021 enfrentei os maiores desafios da minha vida pessoal e profissional, mas, cheguei até aqui com fé em Deus, força no trabalho e a ajuda dos profissionais de saúde. Que em 2022 tenhamos saúde e muita paz na casa dos alagoanos”, afirmou o secretário por meio de suas redes sociais.